O rapper iraniano que apoiou os protestos civis contra o regime Teerão depois da morte de Mahsa Amini - e condenado à morte em abril deste ano - foi libertado esta segunda-feira pelas autoridades iranianas. Toomaj Salehi foi condenado por um tribunal da Guarda Revolucionária após ter sido detido em outubro de 2022.
Enquanto esteve detido, Salehi alegou ter sido torturado e espancado, passando largos períodos de tempo na solitária.
Em junho deste ano, a condenação à morte foi revertida depois de muita pressão para que Salehi fosse libertado. Um porta-voz do artista explicou ao Guardian que as autoridades não avisaram que Salehi seria libertado para não haver ajuntamentos perto da prisão onde se encontrava.
“Toomaj não sabia que iria ser libertado. Disseram-lhe por volta das 23h30 que sairia de imediato. O pai estava a dormir e levaram-no para casa discretamente por volta do meio-dia por receio de que a sua popularidade levasse a um ajuntamento fora da prisão”.
Uma prima de Salehi, residente na Bélgica, disse ter recebido as notícias com otimismo comedido. “Enquanto celebramos a sua liberdade, não vamos esquecer que ele não devia ter passado um único momento na prisão por apenas pedir liberdade e humanidade”.
“Não esquecemos a tortura brutal que aguentou ou a pressão imensa que o regime colocou em todos nós. Temos de permanecer vigilantes e assegurar que o Toomaj fica em segurança. E nunca esqueceremos todos aqueles que procuram a liberdade que continua injustamente presos, que esperam que sejamos as suas vozes e que continuemos a luta por um Irão livre”, concluiu Arezou Eghbali Babadi.